sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sobre os caminhos que escolhemos e os perigos de andar por ai

Eu escolho não ir por aí. Já não posso mais me levar pelo vento que sopra não sei para onde e me entregar a bandeiras que não entendo bem o porquê. Há tantos perigos lá fora e há momentos em que não se pode julgar destemido.
E, em alguns momentos, antes de seguir, é preciso parar para indagar.
Mais do que ter as respostas é saber fazer as perguntas. E saber aonde e a quem perguntar.
Perder-se é fácil. Mais ainda perder nossa alma, nos devaneios dos que julgam todos os caminhos conhecer. Ou apontam fórmulas para os caminhos mais fáceis.
O caminho mais certo é aquele que se esconde sob o sol. E não há respostas para aquele que não souber perguntar.
E talvez o fundamental não seja o caminho, mas o caminhar. Não o que vai chegar, mas a trilha traçada.
No fim, a única coisa que importa é manter os pés no chão e os olhos no horizonte. Assim, quando anoitecer, nossos caminhos poderão ser iluminados pelas estrelas.

Vamos, mosqueteiros, de mãos dadas, amparados pelo sol e guiados pelas estrelas.

domingo, 23 de novembro de 2008

Pensando...

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu.Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.Onde leva? Não perguntes, segue-o! Nietzsche

Pensando...

"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."
Cecília Meireles

sábado, 15 de novembro de 2008

A kick in the teeth

Fischerspooner - A kick in the teeth:
http://www.youtube.com/watch?v=QdLAhLqItwQ (versão album)
http://www.youtube.com/watch?v=FkSRwySbW-Q (versão ao vivo)

Volta e meia a letra dessa música me vem a cabeça:

"Sawing,
With my jaw tooth down.

Guarded,
Down upside frown.

I‘m, I‘m looking for a pill,
Something to ease my will,
A kick in the teeth.

You, You may not realize,
When it‘s done or why,
But it may be the best thing, it may be the best thing.
Ohhhhhhhhhhhh and it may be the best thing.

Pulsing,
With a familiar pain.

A comfort,
From this disdain.
Grind away.

I‘m, I‘m looking for a thrill,
Something to ease my will,

You, You may not realize,
When it‘s done or why,

But it may be the best thing, it may be the best thing.
Ohhhhhhhhhhhh and it may be the best thing."

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ah, se eu fosse mosqueteiro...

Procura-se mosqueteiro substituto por motivo de deserção e abandono de lares...

Mosqueteiros abandonados garantem examinar as propostas com carinho e receber novos mosqueteiros de braços abertos.

(estamos desfalcados)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Poesia...

Sou Eu

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, Espécie de acessório ou sobressalente próprio, Arredores irregulares da minha emoção sincera, Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou. Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma. Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente, Como de um sonho formado sobre realidades mistas, De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico, Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua, Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda, De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa, Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores, De haver falhado tudo como tropeçar no capacho, De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas, De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica, Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar, De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo — A impressão de pão com manteiga e brinquedos De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina, De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela, Num ver chover com som lá fora E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado, O emissário sem carta nem credenciais, O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro, A quem tinem as campainhas da cabeça Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio! ...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quitely

Tenho tentado evitar o silencio tão desesperadamente e ele me persegue, como se dissesse bem alto, por favor me escute.
Hoje estou incomunicável. E por mais que lutei contra isso, tentei manter a calma e buscar uma solução, veio o destino, o tempo, Deus ou sei lá o quem e me puxou pelo pé.
E aquele silêncio de novo já ia gritando por aqui, tema recorrente dos meus assuntos, e eu, encolhida, desesperada, apavorada de ficar sozinha com ele...

Agora estou aqui, Dom Quixote, lutando ao vento contra esse silêncio ensurdecedor, que, de novo, não me deixa dormir...

domingo, 2 de novembro de 2008

Desabafo de Clarice...que pode ser um desabafo de todos nós...

Dá vontade de ser uma vaca leiteira e comer durante uma tarde inteira até vir a noite, um fiapo de capim. O fato é que não se é tal vaca, e fica-se olhando para longe como se pudesse vir o navio que salva os naufragos. Será que a gente não tem mais força de suportar a paz?